Um dia a relembrar

Captura de ecrã 2015-06-19, às 13.15.55

Foi algo único, extraordinário, nunca antes ocorrido na Comunidade da Serra do Pilar. O grupo de jovens Cres’Ser Jovem veio conhecer a nossa Comunidade “por dentro e por fora”. Foram sete amigos que nos vieram visitar e trazer a alegria num dia em que as nuvens começavam a espreitar.

Iniciámos o nosso encontro com uma pequena visita guiada à igreja, ao claustro, à sacristia e às salas da catequese, explicando um pouco da história da Serra do Pilar no decorrer da visita. As expressões faciais e reações dos nossos convidados ao visitarem os diferentes anos de catequese foram magníficas: transpareceram sentimentos de surpresa e admiração, mas ao mesmo tempo com um agrado pelo modo como a catequese é transmitida às crianças na nossa comunidade. Muitas vezes o mais importante não é a quantidade, mas sim a qualidade e é desta última característica que os nossos meninos resplandecem.

A hora da Eucaristia aproximava-se e dirigimo-nos então para os nossos lugares habituais, cada um ocupando “a sua função” na comunidade. Durante a Homilia fomos congratulados com a explicação de uma bióloga sobre a questão do surgimento do Universo e a questão do Bosão de Higgs. Quem melhor para falar neste assunto senão um entendido na matéria? Posteriormente gerou-se o convívio na sacristia a que estamos habituados. O âmbito deste nosso “café” é a angariação de fundos para os diferentes grupos da comunidade e ao mesmo tempo proporcionar um momento de descontração e diálogo.

Chegou a hora do almoço e todos nos deliciámos com as agradáveis bifanas que prepararam para nós. De seguida, deu-se um dos momentos mais altos do nosso encontro: a reflexão com o Padre Arlindo. Começámos por ouvir os comentários do grupo Cres’Ser Jovem, face àquilo que tinham observado ao longo do dia, isto é, face à nossa comunidade. A seguir, o Padre Arlindo deu-nos o seu ponto de vista e contounos algumas histórias da comunidade. Falou-nos sobre o seu paramento, que é diferente de todos os outros, e sobre as razões de alguns dos gestos e rituais que se realizam na Comunidade da Serra do Pilar. Falou-nos da importância das leituras serem feitas por leigos e não por membros do clero e do motivo pelo qual a mesa não se encontra posta no início da celebração. “O partir do pão” é levado à letra na nossa Comunidade e distribui-se pão de trigo sem fermento a toda a assembleia. Para que se percebam estes gestos é necessário ir à origem da questão. Jesus, durante a Última Ceia, partiu o pão para que chegasse para todos os discípulos. Se pretendemos que o seu gesto permaneça, considerando agora o pão como o corpo de Jesus, porque havemos de transformá-lo em hóstia? São algumas das ideais que a nossa Comunidade partilha. “Viver a Igreja”, participando nos seus rituais e percebendo o seu significado, fazendo-o da forma mais acertada.

De seguida realizámos uma atividade lúdica como momento de descontração e de diversão. Pintámos um biombo em conjunto, sem regras e sem temas. Pintámos o que sentimos no momento. Ficou algo indescritível, mas mais surpreendente foi a “tela humana” que começou a surgir. As pinceladas que de repente pintavam a nossa cara ou os nossos braços foram como rajadas de alegria que se espalhavam entre nós. No fim, convivemos mais um pouco e de seguida fomos todos para casa. No entanto, algo especial continuou a ligar-nos quando nos despedimos. Para mim, foi um daqueles dias em que adormeci a pensar: “Isto sim, é viver!”

Joana Lourenço, 2014-03-09

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