Regresso às celebrações presenciais

Na sequência das indicações da Conferência Episcopal Portuguesa, a comunidade retomará a celebração presencial da Eucaristia no Domingo de Ramos, 28 de março, às 11 horas.
No próximo domingo, 21 de março, terá ainda lugar às 11 horas uma oração dominical online. Para participar é necessário o registo através de email para leal.luismc@gmail.com (Luís Leal), recebendo o link de acesso à oração via plataforma Zoom.

Oração dominical online

Na sequência das indicações da Conferência Episcopal Portuguesa, a Comunidade suspende a sua celebração eucarística aos domingos.

Durante o período de confinamento, a Comunidade reunir-se-á todos os Domingos às 11 horas via online para um momento de oração. Para tal será disponibilizado na véspera o esquema de Oração. 

Para participar é necessário o registo através de email para leal.luismc@gmail.com (Luís Leal), recebendo a cada semana o link e password de acesso à oração via plataforma Zoom.

Novena de Natal | 17 a 25 de dezembro

Porque novos problemas requerem novas soluções, este ano a nossa Novena do Natal será em moldes diferentes: não sendo possível o encontro “ao vivo” (no Mosteiro) encontrar-nos-emos “virtualmente” (através da “internet”) para a nossa oração em comum. Quem assim o desejar fazer (basta um computador ou “telemóvel inteligente”), deve entrar em contacto com o Luís Leal: leal.luismc@gmail.com.

Quem não dispuser dos meios técnicos para tal, poderão levar o guião da Novena e, em sua casa e à hora indicada (sempre às 21h30), unir-se “espiritualmente” em oração com a restante Comunidade.

Consulte e faça download do Guião da Novena aqui

Jejum eucarístico e missas solitárias

Josè Manuel Ballester, Hidden Spaces, Última Ceia 2010

Estou cada vez mais convencido de que esta crise, devida ao coronavírus, tornou possível um apocalipse no sentido mais profundo do termo, um «levantar o véu» sobre uma realidade que não sabíamos ler nem destrinçar: um múltiplo apocalipse, que revelou a situação da vida da Igreja em Itália.

Não escondo que existe em mim, mais do que um mal-estar, um verdadeiro sofrimento eclesial. Foi desestabilizada uma convicção profunda que me habitava: a de que, na minha vida de fé, o concílio Vaticano II tenha significado não uma descontinuidade, mas uma verdadeira renovação. Muitas vezes, nestes meses, me pareceu que, ao nível eclesial, se viveu como no tempo da minha infância e juventude, antes da reforma litúrgica e da mudança de paradigma do viver cristão no seio dos homens.

De um modo particular, o modo como foi tratada a eucaristia, o sacramento do qual brota toda a vida da Igreja, em palavras e ações, feriu-me gravemente. Que fique claro: com este contributo não pretendo, de modo nenhum, alimentar polémicas diante das disposições improvisadas, das proclamações plenas de segurança, das asserções ideológicas que se seguiram nestes meses de estado de emergência. Desejo apenas afirmar as minhas convicções, pondo-me à escuta da realidade e das vozes de homens e mulheres crentes aos quais procurei estar próximo nesta situação inaudita.

É verdade, o juízo é severo: continua a ser para mim incompreensível que um presbítero tenha podido pensar estar a celebrar uma verdadeira eucaristia em direto, por streaming, pedindo aos que estavam a assistir de terem um pão na mesa de suas casas e de o comerem no momento próprio do ritual da missa, enquanto o presbítero lhe conferia a “consagração” por via digital. Continua a ser para mim difícil de compreender a «missa sem povo», celebrada por um presbítero solitário e teletransmitida. Na minha mente e no meu coração está impresso o que aprendi no catecismo: para a celebração da missa é necessária a presença pelo menos de um fiel. Recordo-me tantas vezes do padre que vivia na minha aldeia e que, para «poder dizer missa», se esforçava por encontrar um fiel (eu, com frequência, pois vivia diante da igreja), para que a missa pudesse ser celebrada.

As missas solitárias que testemunhamos neste período – por vezes tornadas mais ridículas com fotografias de fieis colocadas nos bancos, ou com criações arbitrárias e histriónicas do presbítero – deram apenas a imagem de um clericalismo que imaginávamos já sepultado. Quase todos se calaram e consentiram com esta situação, salvo alguns padres e teólogos verdadeiramente inspirados pelo Vaticano II. Alguns escreveram até aos respetivos bispos para lhes comunicar que, durante o tríduo pascal, não celebrariam uma eucaristia privada ou teletransmitida, para não viverem uma situação de privilégio. Sejamos claros: muitos presbíteros (e, com eles, algumas comunidades religiosas) puderam celebrar a eucaristia, sem se interrogarem nem discernirem as contradições litúrgicas que viviam, enquanto todos os outros tinham de praticar o jejum eucarístico.

Não posso também esquecer o sofrimento ao saber que muitos doentes, já impossibilitados de ter a proximidade dos entes queridos, ficaram privados também do conforto religioso. Os presbíteros obedeceram às disposições do governo, mas teria sido bom recordar que os cristãos, sobretudo os anciãos, não se preparam para viver o êxodo desta terra sem a confissão e a eucaristia, situação agravada pela solidão. Cristãos habituados a rezar diante da morte depois de terem recebido o sacramento da confissão e, se possível, a unção dos enfermos e a eucaristia, viveram de um modo mais dramático este testemunho da «pastoral eclesial».

Mais uma vez, foi a voz do Papa Francisco que nos alertou, na sua meditação matutina de 17 de abril, em Santa Marta: «alguém me fez refletir sobre o perigo deste momento que estamos vivendo, essa pandemia que fez que todos nos comunicássemos também religiosamente através dos media, inclusive esta missa: estamos todos comunicados, mas não juntos, espiritualmente juntos. O povo é pequeno. Há um grande povo: estamos juntos, mas não juntos. Também o sacramento: hoje vocês terão a eucaristia, mas as pessoas que estão em conexão connosco (terão) somente a comunhão espiritual. E esta não é a Igreja. Esta é a Igreja de uma situação difícil, que o Senhor a permite, mas o ideal da Igreja é sempre com o povo e com os sacramentos. Sempre».

Eis porque colocamos algumas questões: porquê tanta superficialidade no adotar a modalidade de celebrações eucarísticas em streaming? Porque não dizer claramente que uma «liturgia virtual» não é uma liturgia cristã? E, sobretudo, por que não se conseguiu – à exceção de algumas dioceses – promover uma liturgia doméstica, uma liturgia da Palavra na família e na comunhão, liturgia na qual a presença de Cristo é eficaz e vivificante como na eucaristia? Onde estão os frutos de tantas exortações papais, em particular de Bento XVI e de Francisco, que convidam a celebrar em conjunto a Palavra, mesmo na família ou em pequenos grupos, certos de que o Senhor Ressuscitado está nela presente e que essa Palavra “repartida”, graças à epiclesis, é corpo de Cristo, alimento e viático a caminho do Reino? Não sinto desprezo nem desconfiança em relação aos media que hoje dominam o nosso horizonte, mas continuo convicto de que a virtualização da liturgia significa a morte da liturgia cristã, que é sempre o encontro de corpos e de realidades materiais.

Não esqueçamos que a assembleia, a reunião dos crentes, é a própria essência da Igreja, realidade convocada por Deus. Neste sentido, o sacramento eucarístico não pode ser virtual, mas é vivido na sua realidade de Ceia do Senhor, celebrada por uma comunidade específica. A eucaristia cristã é o evento no qual se come e se bebe em conjunto, assimilando o corpo do Senhor doado na Palavra, no Pão e no Vinho, para se tornar assim o corpo eclesial de Cristo. Se é verdade que não há Igreja sem eucaristia, é também verdade que não há eucaristia sem Igreja.

Tentarei agora, enfim, fazer uma leitura católica do que, na minha opinião, teria sido um melhor proceder. Sabemos antes de mais que os monges do deserto ficavam muito tempo sem eucaristia, na sua solidão expectante do Reino. Também São Bento, o pai dos monges do ocidente, na sua condição eremítica precedente à fundação da vida cenobítica, vivia sem eucaristia. O seu biógrafo Gregório Magno narra que São Bento se esqueceu até uma vez de celebrar a solenidade litúrgica mais importante: «tão afastado dos homens, o servo de Deus ignorava até que aquele era o dia de Páscoa».

Pode-se assim, por um certo tempo, fazer uma vida cristã sem a celebração eucarística. Assim aconteceu no deserto, assim aconteceu e continua a acontecer nas horas de perseguição e, para muitos, nas situações de doença ou de impedimento a participar na eucaristia juntamente com a comunidade eclesial, como na Amazónia ou em terras de missão, devido à escassez de presbíteros. Disto os monges sempre tiveram uma consciência clara. Bastaria reler as palavras de Guilherme de Saint-Thierry, abade cisterciense do século XII: «Se bem que seja lícito celebrar sozinhos (a eucaristia), a seu modo, tempo e lugar, a alguns homens a quem foi confiado este ministério (isto é, os presbíteros), todavia este mistério expõe-se diante de todos (…) Se quiseres, e se o quiseres de verdade, a todas as horas do dia e da noite, na memória de Cristo crucificado e ressuscitado, comerás o seu corpo e beberás o seu sangue» (Carta de Ouro, 117.119).

Mas seja afirmado claramente que, na fé cristã, o «culto segundo a palavra» (loghiké latreia: Rm 12, 1) é antes de mais um culto real: culto na vida, na comunidade dos irmãos e irmãs e no seio da humanidade. E se é verdade que o culto real tem necessidade do culto simbólico, este não pode nunca substituí-lo. Todos sabemos que, mesmo faltando as condições para a celebração eucarística, desejada ardentemente pelos cristãos, a fé não se perde, e mais do que nunca os crentes são chamados a viver o culto como oferta das suas vidas e dos seus corpos, no serviço, na cura e no amor dos irmãos e das irmãs. Somos conscientes de que, durante décadas, os cristãos dos tempos primitivos viveram o culto nas suas casas, como testemunham os Atos dos Apóstolos (cf. 2, 42)? O jejum eucarístico de toda a Igreja, quando é de facto imposto pela situação de emergência, deve encontrar todo o corpo eclesial solidário, todo o corpo empenhado no sofrimento pela «falta» do alimento essencial. Somos chamados a viver a obediência da fé nesta exigente comunhão, na expectativa de podermos celebrar juntos a eucaristia, que é sempre festa pascal.

No meu coração está o desejo de que os cristãos não se habituem à «missa como e quando querem», «de casa», e que possam regressar à eucaristia dominical convictos de que – como diziam os mártires das origens – sine dominico non possumus, «sem a eucaristia dominical não podemos dizer-nos cristãos». Espero também que tenhamos descoberto a força salvífica da palavra de Deus contida nas Escrituras, Palavra pregada e celebrada também na liturgia doméstica.   

Enzo Bianchi
In Vita Pastorale, junho 2020, dossier «Questa non è la chiesa»
Retirado de monasterodibose.it
Tradução: Rui Pedro Vasconcelos

Pe. Serafim Ascensão

O pe. Serafim, na visita do bispo Januário Torgal à Serra do Pilar.

No próximo domingo, 7 de junho, na eucaristia dominical, celebraremos em comunidade os 50 anos de ordenação presbiteral do pe. Serafim Ascensão.

Devido às condicionantes atuais, não terá lugar o tão desejado convívio após a celebração. Fica o sentido mais importante: o da amizade.

O pe. Serafim nasceu a 28 de outubro de 1944, e foi ordenado presbítero a 15 de março de 1970. Partilha atualmente a vida e o seu ministério na Comunidade de Emaús, no Porto.

«Passou por diversas paróquias da diocese do Porto, por nomeação de sucessivos bispos. Quase acabou “crucificado” na paróquia de S. Martinho do Campo, concelho de Valongo. Os grandes interesses da região não lhe perdoaram que ele sistematicamente extravasasse os ritos e as missas dominicais sem profecia e tivesse uma prática pastoral que abria os olhos às populações. Como Abbé Pierre, também ele gosta de olhar nos olhos as pessoas. E é incapaz de passar adiante, quando nos olhos delas decifra solidões e muitas dores ainda não escutadas, muito menos acompanhadas e curadas. Tanta simpatia (= sofrer com) só poderia ter um desfecho: trocar de vez as paróquias e as suas rotinas eclesiásticas pela Comunidade de Emaús, na Rua do Almada, na condição de companheiro entre companheiros. A tempo inteiro!» (in unicepe.pt)

Celebração comunitária

No próximo domingo 31 de Maio retomaremos a celebração dominical da Eucaristia. Passe-se a palavra. Cheguem 10 minutos mais cedo para que a celebração possa começar às 11H.

Recordamos algumas orientações da CEP – podem ser consultadas, integralmente, nesta ligação: http://www.conferenciaepiscopal.pt/v1/orientacoes-da-conferencia-episcopal-portuguesa-para-a-celebracao-do-culto-publico-catolico-no-contexto-da-pandemia-covid-19/

8. Os fiéis devem higienizar as mãos à entrada da igreja com um produto desinfetante. As pessoas a quem a comunidade cristã confia esta tarefa porão à disposição frascos dispensadores com uma quantidade suficiente de produto desinfetante e verificarão que todos, sem exceção, desinfetam as mãos.

9. É obrigatório o uso de máscara, a qual só deverá ser retirada no momento da receção da Comunhão eucarística.

11. Deve respeitar-se a distância mínima de segurança entre participantes de modo que cada fiel disponha, só para si, de um espaço mínimo de 4m2; deve garantir-se, com medidas adequadas, que as distâncias necessárias sejam respeitadas. A regra do distanciamento não se aplica a pessoas da mesma família ou que vivam na mesma casa.

24. Na procissão para a Comunhão, os fiéis devem respeitar o distanciamento aconselhado. Se for o caso, marcar-se-ão as distâncias no pavimento da igreja. Sendo inevitável uma maior proximidade, os ministros que a distribuem usarão máscara.

31. Os fiéis deixam a igreja, segundo uma ordem fixada em cada comunidade cristã no respeito pelas regras de distanciamento, e não se aglomeram diante da igreja. Algum membro da equipa de acolhimento e ordem velará por isso. As primeiras pessoas a sair devem ser as que estão mais próximas da porta de saída.

Nesta hora

Meus irmãos:
«Uma reflexão sobre esta hora leva-me a dar lugar à meditação, capaz de alimentar seja a oportuna humildade da nossa frágil existência da qual não somos donos, seja a real dependência uns dos outros, seja, ainda, a força da responsabilidade pelo bem comum». A palavra não é minha, é de Carlos Azevedo, bispo. Ele não se zanga comigo por eu a utilizar.
À palavra episcopal acrescento a ajuda de uma pequena oração dominical, solitária ou compartida.
A bênção do Senhor esteja convosco.

Arlindo, presbítero

Noite de Páscoa

Concluída a peregrinação quaresmal – este ano, com o jejum celebrativo –, o Senhor proporcione a todos um Tempo Pascal vivido na alegria e na esperança, com os sinais quotidianos da sua Ressurreição.

Com a oração final da Vigília Pascal de 2019, rezamos:

Nesta solene Noite de Páscoa,
Deus misericordioso vos dê a sua bênção
e a sua graça;
e Ele, que, pela ressurreição do seu Filho unigénito,
nos renovou para uma vida nova,
a nós, que, terminados os dias da Paixão do Senhor,
nos concede celebremos com alegria a festa da Páscoa,
nos faça chegar, um dia,
às alegrias da Páscoa eterna.

Foto: Vigília pascal de 2017

Vigília de Epifania

A Vigília da Epifania – dia 4 de Janeiro – é, tradicionalmente entre
nós, sobretudo um tempo de convívio. Assim o viveremos.
São muitos os adeptos do farrapo velho. Haverá ceia com o que o
trouxermos. E se houver um ou outro que nem tê-lo nem fazê-lo, o farrapo,
não será posto fora. Isto pelas 20 horas, na igreja da Serra do Pilar.

Novena de Natal

Novena vem de 9. Refere-se aos nove dias anteriores ao Natal, dia litúrgico do nascimento de Jesus. Nove dias que têm relação de nove meses que de que necessita tarda uma gravidez no seio de uma mãe.

A partir de terça-feira, dia 17, até à véspera de Natal (excepto no domingo, dia 22), a comunidade reúne-se para celebrar a Novena de Natal. Sempre às 21h30.

Quarta-feira de Cinzas

Grandes festas, grandes preparações.

Começa na 4ª feira, 6 de março,
a preparação da celebração da Páscoa 2019, às 21H30.

Naturalmente breve, às 23H00 estará toda a gente em casa,
que o dia seguinte é de trabalho.

Não é necessário salientar a importância desta celebração
no conjunto do ano litúrgico.

Quem quiser participar no jantar comunitário de jejum,
traz o seu pão e a sua maçã e comeremos em fraternidade às 21H00.
Da água trata a Comunidade.
No fim passa a cesta a recolher o resultado para a Partilha Fraterna.

Celebração Ecuménica

Corre esta semana, de 17 a 25, o Oitavário de Oração pela Unidade das Igrejas Cristãs, que as há muitas, não só a Católica Romana: a luterana, a anglicana, a presbiteriana, a baptista, um nunca mais acabar.

Quase no princípio desta Comunidade irmanamo-nos à Igreja do Torne. Tudo começou muito bem, meiou ainda bem, … mantemos há anos ainda um encontro mensal de oração, ora lá, ora cá…

Este ano cabe-nos a nós receber o Torne. E era bem que estivéssemos, alguns e algumas, pelo menos não deixássemos morrer uma prática com os irmãos nossos vizinhos que, connosco, todos os meses rezam o Pai Nosso.

5ª feira, aqui na Serra, às 21H30.

Vigília de Epifania

A Vigília da Epifania – dia 5 de Janeiro – é, tradicionalmente entre nós, sobretudo um tempo de convívio. Assim o viveremos. São muitos os adeptos do farrapo velho. Haverá ceia com o que o trouxermos. E se houver um ou outro que nem tê-lo nem fazê-lo, o farrapo, não será posto fora. Isto pelas 20 horas.

Ceia da Noite de Natal

Sugestão de uma oração para a ceia da noite de Natal

(Poderá presidir o Pai, a Mãe ou outra pessoa qualquer, competindo-lhe dizer o V/ e eventualmente fazer a pequena leitura do Evangelho. Os mais convivas respondem com R/)

V/ Bendito seja o teu santo Nome,
Senhor Jesus,
nesta santa festa do teu nascimento!

R/ E pelos séculos dos séculos!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (2,6-7.11-13)

Quando Maria e José se encontravam em Belém para ali se recensearem, completaram-se os dias de ela dar à luz. E ali teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria.

O mensageiro disse: Anuncio-vos, a vós e a todo o povo, uma grande alegria: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é o Messias, o Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolvido em panos e reclinado numa manjedoura.

De repente, juntou-se-lhe uma multidão de anjos, que louvavam a Deus, cantando: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!

breve silêncio

V/ Oremos (…)

V/ Senhor, nosso Deus,
tu deste hoje a Paz aos homens
enviando-nos Jesus, o Senhor,
e com ele a claridade da sua Luz.
Abençoa-nos esta refeição de festa:
nela fazemos memória dos nossos maiores
que partiram dos dias da Vida
e da Natividade do mesmo Jesus Cristo,
teu Filho e nosso irmão!

Amen!

Dia 6 | Sábado

Francesco di Giorgio Martini, 1460

Surgirá tua luz como a aurora,
A justiça do Senhor irá diante de ti.
A glória do Senhor seguirá os teus passos!

Evangelho de Lucas (1,39-45)
— Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor».

Surgirá tua luz como a aurora,
A justiça do Senhor irá diante de ti.
A glória do Senhor seguirá os teus passos!

Meditação
A primeira coisa que Maria faz, logo que Jesus deu sinal de vida e de estar nela (imediatamente depois do anúncio da sua incarnação feita pelo anjo), foi ir rapidamente visitar Isabel. A presença de Jesus num ser humano” impulsa-o a este encontro. O encontro que aproxima e une as pessoas. O primeiro sinal da presença de Jesus é o desejo do encontro, de reunião, de diálogo, de alegria compartida. Normalmente, estas experiências e sentimentos estão ausentes: não está Jesus, não está o Espírito de Jesus.
A preparação do Natal, tal como se costuma organizar e preparar, centra-se na comida, nas prendas, à volta de ideia de que a família se reúne nestes dias de férias e de divertimento. Por isso, e como é natural, o comércio, o negócio, a ganância… são os fatores determinantes das vésperas do Natal. De aqui que o Natal se tenha convertido numa festa mundana, na qual o que menos importa é a figura de Jesus; e o que mais interessa é passá-lo o melhor possível.
Sucede agora, de resto, que quando temos mais meios de comunicação mais nos incomunicamos e vivemos solitários. Nos lugares e aldeias todo o mundo se saúda. Nas grandes cidades, não; há pessoas que vivem há muitos anos na mesma casa, se cruzam muitas vezes nas escadas e nem sequer se “bom dia!”. A saudação de Maria fez saltar de gozo a João Baptista, ainda no seio materno. Nós uma sociedade na qual é verdade que há muita diversão; mas organizámos uma sociedade — é verdade — em que há muita diversão, mas sem um cumprimento que seja, autêntico e verdadeiro.

(Castillo, José M. – La religión de Jesús, Bilbao: Desclée De Brouwer, 2018, p. 31)

Oremos (…)
Esperamos todos
o dealbar de um rosto
a aparição de outra coisa
(…)
solte-se a garganta enfim
das foices do silêncio que a cercavam
e o teu Nome nos cubra de luz
que se faz carne
e traz no seu bojo nascimentos
do mais fundo da noite do mundo desejados
(José Mourão)

Surgirá tua luz como a aurora,
A justiça do Senhor irá diante de ti.
A glória do Senhor seguirá os teus passos!