«A Eucaristia é o centro e a máxima expressão da Igreja» (AG 9), «a fonte e centro de toda a vida cristã…» (LG 11,1), «o centro e o cume da toda a vida da comunidade cristã» (PO 30), «a fonte e o cume de toda a evangelização, o centro da assembleia dos fiéis a que o presbítero preside» (PO 5), «o cume da acção pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, e do culto…» (Eucharisticum Mysterium 6), e «a fonte da vida da Igreja e penhor da glória futura…» (UR 15). «Os pastores … procurem que não se perca de modo nenhum o sentido do domingo» (Eucharisticum Mysterium 28).
Assim falou o Vaticano II. O Domingo cristão, o “primeiro dia da semana”, institui-se já no séc. IV.
Mas como respeitar e celebrar o domingo — centro e cume de toda a Igreja e sua vida — se não há padres? Dantes, só os pretinhos da Guiné e os mestiços ameríndios é que não tinham missa ao domingo… porque não havia padres! Mas agora, há décadas que a carestia chegou à Europa. Como entre nós ainda havia muitos presbíteros, ninguém se incomodou. De vez em quando, vamos rezar todos a Deus, nosso Senhor, que ele nos dê trabalhadores para a sua vinha (Mt 20,1), ao que ele não tem respondido.
60 anos depois do Vaticano II, a Igreja de Jesus não tem pessoal para a vida pastoral. São muito poucos os párocos que a seu cuidado têm apenas uma paróquia, e há já presbíteros carregados com 5, 6, e outras tantas celebrações à sua conta! Será que Deus está a dormir, ou somos nós que não queremos ou não sabemos escutar o que Ele nos quer dizer?
Para além disto, é preciso também perceber que, ano a ano, baixando as tarefas da vida pastoral, sobe o número de paróquias ou comunidades que não têm missa dominical…, porque não há presbíteros.
E assim acontece que lá vão por água abaixo as recomendações deixadas pelo Vaticano II: «Os pastores … procurem que não se perca de modo nenhum o sentido do domingo», pois que a Eucaristia (dominical) é «a fonte e centro de toda a vida cristã…» (LG 11,1), «o centro e o cume da toda a vida da comunidade cristã» (PO 30), «a fonte e o cume de toda a evangelização».
Não há padres, não há Eucaristia.
Quando me chega esse tempo, desapareço, mas, antes de o fazer, deixo tudo preparado para que, quanto possível, se celebre a Eucaristia dominical, ou, quando não pode ser, se celebre uma Liturgia da Palavra presidida por um Irmão da nossa “Com-unidade”, segundo a promessa de Jesus: «sempre que dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles» (Mt 18,20). Não precisam de presbítero: basta que estejam dois ou três reunidos em seu nome! «Eram assíduos ao ensino dos apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e à oração» (Act 2,42).
Assim vai acontecer este ano.