Roma, 15 de Novembro de 1962. Perante o esquema “de Ecclesia”, Acerca da Igreja, apresentado ao Concílio pela respectiva Comissão Preparatória, o Cardeal Liénart, bispo de Lille, abriu o fogo com estas palavras inequívocas: “Hoc schema nihi non placet!”, não me agrada este esquema. Por sua vez, o cardeal Ritter, arcebispo de São Luís (Canadá), declarou por sua vez: “Rejiciendum est”, deve ser rejeitado.
Mas terá sido o patriarca de Antioquia, Maximos IV, que, como sempre, se exprimiu com mais clareza. Destaquem-se algumas das suas expressões: ponto de vista “restrito, negativo e polémico”; texto que parece “derivar das disputas teológicas a que o Concílio deve permanecer alheio”, “destinado a ser condenado, enquanto o povo aspira a métodos serenos e positivos capazes de alimentar a sua vida cristã, e de preparar os caminhos para um diálogo ecuménico…”; “emprego de fórmulas ultrapassadas próprias da Contra-Reforma e do anti-modernismo”; “depositemos confiança nos sábios e nos teólogos de grande renome e deixemos-lhes campo aberto”. E Maximos IV concluía: “Proponho que renunciemos pura e simplesmente a esta esquema”. E assim aconteceu.
(Henri Fesquet – O diário do Concílio, I, p. 102)