Finalmente, habemus episcopum, temos bispo. Depois de tanta espera e de tantas hipóteses lançadas à rua pelo diz-se, diz-se e até pela comunicação social, finalmente habemus episcopum. Ainda bem que é um homem do Norte, de Cinfães, aqui ao lado, ainda bem que andou sempre por estas beiras, de Lamego para Braga e depois para Aveiro, à volta da diocese do Porto.
De Aveiro nos chega, portanto, mais um bispo: recordamos o querido bispo Júlio.
Claro que a diocese não teve nada a ver com a sua nomeação. Mas queremos acreditar que é o Espírito de Deus que no-lo envia. “Interroguei-me dia e noite sobre o que posso eu levar de novo a uma Diocese habitada por tanta gente de bem e de valor” – escreveu o bispo António numa primeira mensagem à Diocese.
Logo reparei que foi o papa Francisco a enviar ao Porto o bispo António, ou melhor, um bispo António Francisco.
Contam os Fioretti que Santo António, a quem S. Francisco de Assis chamava meu bispo, pregou um dia diante do Papa e dos Cardeais, tão inflamado pelo Espírito Santo que todos ficaram espantados, a ponto de pensarem – o Papa e os Cardeais – que se repetia o milagre de Pentecostes. Diziam uns para os outros: “Não é da Hispânia este que prega? Como é que cada um de nós o ouve falar na língua das nossas terras?”.
Que se repita no Porto o milagre do Pentecostes de Jerusalém, dos tempos de Pedro e seus companheiros, e o da Roma medieval, de Francisco e de António.
Que cada um ouça António, enviado por Francisco, na sua própria língua. E todos à uma respondam perguntando: “Que havemos de fazer, irmãos?”.