João Baptista

Linda Miller, ‘Jordan River’

Quem é João Baptista?

Filho de Zacarias e Isabel, os pais chamar-lhe-ão João (Lc 1,5-25). Após o seu nascimento, o pai profetizou com estas palavras: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que visitou e vai redimir o seu povo… E tu, menino serás chamado Profeta do Altíssimo porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos…” (1,68-79). O Pai cantou-lhe um Benedictus (Bendito).

Já rapaz maduro, após um longo retiro no deserto, foi-se para os lados do rio Jordão, onde batizava muita gente, com um “batismo de penitência”. Flávio José, historiador judaico e depois romano refere a sua atividade por volta dos anos 27/28.

“Veio então Jesus da Galileia ao Jordão ter com João” onde discutiram quem era o maior.  João ainda dirá que ele – o primo – é que “batiza no Espírito Santo e no fogo” (Mt 3,11),pois que ele   é também “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”  (Jo 1,29)!

Mas “uma vez batizado, Jesus saiu da água…” (Mt 13-16).

Enquanto isto, aparição de João Baptista causou uma crescente movimentação popular: João censurava abertamente o adultério do tetrarca Herodes Antipas, gerando-lhe uma grande inquietude. Pô-lo a ferros (Lc 3,20) e depois mandou que o decapitassem (Mc 14,1-12). Quando Jesus o soube… (Lc 7,24-35)… “Tendo ouvido dizer que João Baptista fora preso, Jesus retirou-se para a Galileia” (Mt 4,22).

«Da cadeia, João ainda enviou a Jesus de alguns dos seus discípulos a perguntar-lhes se efetivamente ele era o Messias: “és tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”. Jesus respondeu-lhes: Ide contar a João o que vedes e ouvis: Os cegos veem e os coxos andam…, e a Boa Nova é abençoada os pobres”» (Jo 11,3-5)

João procurava levar os homens ao arrependimento e conversão, tendo em vista os tempos messiânicos que estavam a chegar: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! (Jo, 1,29).

O batismo de Jesus no Jordão é um dos momentos essenciais na vida de Jesus: assinala o fim do silêncio da sua vida — dos 12 anos (Lc 2,42) chegar ao Jordão ­(3,1) —  e inaugura a sua vida pública: do batismo do Jordão ao dia em que, como vítima, será a pedra angular de um mundo novo: a morte.

Esclarecidos os primos — tu e tu —, executado o mais velho, o mais novo que até então andara calado lá por Nazaré, vai começar uma tarefa que “modificou a religião do seu e nosso tempo. Lutou contra o sofrimento, deu resposta ao plano de Deus. E anunciou um Reino de Deus muito mais baseado no humano que no religioso: aliviar desgraças e dores, criar felicidades e espalhar boas notícias” (García Lorca – Cristo).

Continuamos. Jesus vai entrar em cena.

Arlindo de Magalhães, 12 de janeiro de 2020