Filho de uma Maria, em casa de quem se reunia a primitiva comunidade de Jerusalém (Act 12,12), e primo de Barnabé (Cl 4,10), João Marcos, conhecido depois só por Marcos, acompanharia Paulo e o primo Barnabé na viagem apostólica dos dois. No entanto, em Pafos, um porto marítimo na ilha de Chipre, não se sabe porquê — muita coisa correu mal entre os primeiros seguidores de Jesus e entre diversas comunidades, como noticiam os Atos dos Apóstolos! —, Marcos abandonou-os e foi para Jerusalém (Act 13,13). Possível entrado em discórdia com Paulo. Posteriormente, estavam Paulo e Barnabé em Antioquia, este último lembrou-se do primo que estava em Jerusalém, ali perto, que poderia acompanhá-los; e propôs a Paulo que Marcos fosse com eles numa nova investida evangelizadora. Como conta Lucas nos Atos (15,35-41), foi o fim do mundo: argumentando que não tinha sentido nenhum levar por companheiro quem deles se tinha já separado, Paulo e Barnabé entraram em discussão com tal violência que acabaram por se separar. Paulo seguiu o seu caminho com Silas (15,40), o que seria em Roma o escriba de Paulo e de Pedro, e Barnabé dirigiu-se à Cilícia e à Síria, levando consigo o primo, o nosso (João) Marcos (15,39).
Seja como for, não muito tempo depois, Marcos aparece em Roma ao lado de Paulo (2 Tm 4,11; Flm) e de Pedro que lhe chama “meu filho” (1 Pe 5,13). A tradição admite que tenha sido Pedro, mais velho que ele pela certa, que lhe tenha proporcionado grande parte da informação com a qual Marcos escreveria depois o seu Evangelho.
O seu escrito é o mais antigo dos quatro — Mateus, Marcos, Lucas e João -, o mais pequeno e, digamos, o mais vivo. Concentra-se mais nos factos e nas viagens de Jesus do que nas suas palavras.