Paulo

Romanow Vladimir – ‘The Journey of the Apostle Paul’

Ficara já para trás o tempo dos beijos e abraços, por terras de Jerusalém, já o Sinédrio tinham matado Estêvão que “era certamente de origem grega e o primeiro dos diáconos, homem cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6, 8-60), de Santiago, um pouco a mesma coisa (At 12, 1-3), já Paulo tinha passado de perseguidor a convertido, já haviam sido batizados os primeiros pagãos (At 10,44-48), temos agora um Paulo em missão.

Anunciador da Boa Notícia — isto é, do Evangelho, em grego — começou a correr o grande mundo do mundo de então: de Jerusalém à atual terra turca saltou para a grega, pelo Mediterrâneo, pousando nas ilhas de Creta e de Malta, pôs um pé na Sicília e estava já outro na Itália; morreu depois em Roma.

Paulo, grande caminhante e grande pregador! Lucas deixou-nos um resumo do seu grande sermão em Antioquia da Pisíada (At 13, 16-41), digamos que situada no meio do território hoje dito da Turquia.

Grande pregador! Tão grande que, acabado este sermão, à saída, pediram-lhe que continuasse a falar da mesma Boa Notícia no Sábado seguinte. E assim aconteceu; “no Sábado seguinte, toda a cidade se reuniu para ouvir a Palavra do Senhor”!

Conta Lucas que os judeus, vendo que os gentios, também chamados prosélitos, participavam da mesma Boa Notícia, “responderam com blasfémias ao que Paulo dizia” (13,45). E então Paulo e Barnabé responderam-lhes: “Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que não a quereis, … nós voltámo-nos para os pagãos” (At 13, 45-46).

Ao ouvirem isto, claro, os pagãos… “cheios de alegria, glorificavam a Palavra do Senhor que se divulgava por todo o ali” (At 13,48).

Os Judeus, vingativos e rancorosos “incitaram as senhoras devotas mais distintas e os homens de maior categoria da cidade a provocar uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos daquela terra” (At 13,50). Mas “os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo!” (At 13,52).

É que “As minhas ovelhas – disse-lhes Jesus – ouvem a minha voz, eu conheço-as e elas seguem-me. Eu dou-lhes uma Vida que a Morte não dominará! E ninguém as arrancará da minha mão. O Pai que mas deu é maior que todos, e ninguém as pode arrancar da sua mão. O Pai e eu somos um só!” (Jo 10,3).

Arlindo de Magalhães, 12 de maio de 2019