Na entrevista que o cardeal Martini concedeu a Georg Sporschill uns dias antes de morrer, apontava três medidas para renovar a Igreja: conversão pessoal, interiorização da Palavra, que nem o Direito canónico pode pôr de lado; e recuperação do sentido dos sacramentos. Tudo isto, podemo-lo ver nas palavras do Papa Francisco. No próximo Sínodo terá muita importância a terceira:
“Os sacramentos — dizia Martini — são o terceiro instrumento da recuperação, mas não ferramenta para conseguir a disciplina. (…). Penso em todas as pessoas divorciadas que voltaram a casar, em famílias recompostas. (…) A atitude que tenhamos para com estas famílias recompostas possibilitará ou não a aproximação à Igreja da geração dos filhos. Uma mulher foi abandonada pelo marido e encontrou um novo companheiro que toma agora conta dela e dos seus três filhos; o segundo amor tem êxito. Discriminando esta família, expulsa-se da Igreja a mãe mas também os seus filhos. Se os pais se sentirem fora da Igreja ou por ela desapoiados, a Igreja perderá a geração futura (…) Como pode a Igreja ajudar com a força dos sacramentos quem mergulhou em situações familiares complicadas?».