Visita Pastoral do Bispo D. Manuel Linda
no 50º aniversário da Comunidade cristã da Serra do Pilar
Senhor D. Manuel , irmão connosco e bispo para nós!
1 – Em Janeiro de 1973 D. António Ferreira Gomes, numa homilia na paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, referiu-se à paróquia como comunidade de comunidades, ao padre como missionário e à eucaristia revalorizada como facto solene. “É tempo de pastoralmente mudar e, agora, ou mudamos ou seremos os novos pagãos” – dizia. A Igreja era, então, afirmada como “cristãos em comunidade” ministerialmente organizada.
2 – Em 31 de Outubro de 1974 o Pe Arlindo foi por ele nomeado capelão desta Igreja da Serra do Pilar, sem nenhuma outra tarefa pastoral, tendo tomado posse logo no domingo seguinte, dia 3 de Novembro. O Pe Arlindo ao aceitar, abraçou a missão para a qual se tinha preparado e na qual se sabia e sentia apoiado. Este apoio foi-lhe sendo reiterado por todos os bispos residenciais que, sucessivamente, aqui se deslocaram.
3 – Em 1975, Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi (58) alude às “pequenas comunidades” ou “comunidades de base (…) florescentes mais ou menos por toda a parte na Igreja” que “nascem da necessidade de viver mais intensamente ainda a vida da Igreja; ou então do desejo e da busca de uma dimensão mais humana do que aquela que as comunidades eclesiais mais amplas dificilmente poderão revestir”.
4 – Do contexto do pós-Concilio Ecuménico Vaticano II, nasceram as opções pastorais aqui vividas: o ecumenismo, o diálogo inter-cultural e inter-religioso, a opção preferencial pelos pobres, o lugar dos leigos na Igreja e no mundo, a iniciação cristã de crianças e de adultos – catecumenato -, a autonomia das realidades terrenas, a Igreja como comunidade de Fé, Esperança e Amor Fraterno, uma Liturgia viva e participada, centrada na Eucaristia dominical, e a organização ministerial da comunidade.
5 – Senhor D. Manuel, é com gratidão e muita alegria que recebemos a sua visita pastoral para, em comunhão, celebrarmos a Eucaristia, darmos graças por estes 50 anos de vida comunitária e pedir ao Espírito de Deus que nos dê lucidez para ver, sabedoria para julgar e força interior para agir. Hoje somos uma pequena comunidade e, perante o nosso bispo, afirmamos a nossa determinação em manter a “porta aberta e a mesa posta” numa atitude de acolhimento e participação na mesa da Palavra e da Eucaristia e também a nossa determinação de não ficarmos encerrados no templo, mas em “descer o monte”, numa atitude de comunhão com as “alegrias, esperanças, tristezas e angústias” do mundo de hoje.
Vila Nova de Gaia, Mosteiro da Serra do Pilar, 03 de novembro de 2024